quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Bonito demais pro meu gosto. E sabe que é lindo, isso que é o pior. Tem completa noção de que consegue a proeza de ser gato, sexy, charmoso,ter um jeito só dele e ser bom de papo e inteligente ao mesmo tempo, e sem esforço. Insuportável. Não se pode ser tudo isso numa vida só, meu filho. Mesmo que você consiga, não pode, é praticamente uma regra de convívio social. A sociedade não aceita. Eu não admito. Acho um abuso e pronto. Finjo, quietinha, que toda essa perfeição de olhos conquistadores não me abala, não me afeta, não me atravessa e desestrutura. Ensaio no mínimo dez vezes cada frase, pra tentar soar indiferente ou simpática e só. Nem sempre dá certo, mas aí a culpa não é minha. Ele andando, já me desanda. Ele fala, fala, fala e eu só consigo pensar que isso não devia ser permitido, devia ter lei contra, sei lá. O inferno todo é que ele sabe. Sabe bem do poder que tem. Usa e abusa, faz refém. Azar de quem precisa resistir, relutar, forçar uma normalidade que não existe. Problema de quem tem que tratar tudo isso com a casualidade de ser só alguém do dia a dia, sem muita importância, pra não parecer afetada. Pra não transparecer encantada, como todas as outras meras mortais que se encantam naquele jeito de olhar pra cima quando pensa. De longe, a promessa de encrenca mais deliciosa da minha vida. Então pode fazer tipo, cena e cara de mau, que eu me viro. Vem pra mim e deixa comigo. Que Deus não me proteja de você.
sábado, 23 de novembro de 2013
E por falar em perdas e ganhos, alguém notou que perdemos nossa capacidade de nos emocionar? Parou para pensar que gostar de alguém caiu em desuso? Que contemplar a lua cheia virou demodê? Que amar é caretice? Que ficar em casa sábado a noite é um passaporte para as fraldas geriátricas? Que o que poderia ser paz, encaramos como tédio? A constar, alguém aí anda preocupado com a possibilidade de não suportar a própria companhia caso a internet dê pau e o mundo pare de girar por alguns minutos?
— Gabito Nunes.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
“Sobre o amor? Amor é não querer desligar-se nunca do abraço. É sentir saudade todos os dias, inventar assunto pra não ter que desligar o telefone. É xingar. Rir de chorar. É alertar, preocupar. É dividir cobertor, espaço na cadeira de balanço ou um pedaço do sofá pequeno. É esquentar a mão, fazer cafuné, dormir no colo um do outro. Amor é saber esperar, esperar esper… É não saber se explicar. Sentir medo, ser cúmplice, ter coragem. É sair de casa no meio da noite e se encontrar escondido. É sonhar a semana toda com o fim de semana e o mesmo cheiro, o mesmo abraço, o mesmo beijo. É dar gargalhadas, colocar de castigo, estralar os dedos um do outro, mesmo sabendo que isso vai doer. É provocar, morder a bochecha e lamber o nariz. É fazer cara de nojo, pirraça, chantagem. É agradar. Não ter medidas. É não cansar. Não cansar da voz, do desespero, da rotina. É ter alguém, um amigo, um fonte, uma força. É ter você. É ser a gente.”
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
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